CARDIOPATIAS

Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH)

CMH é uma cardiopatia hereditária caracterizada pela hipertrofia do ventrículo esquerdo não explicada por outras condições (doenças metabólicas, hipertrofias secundárias, treinamento físico, hipertensão arterial ou valvopatias).

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) e Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) com espessura (Qualquer critério positivo):
● ≥ 15 mm no VE na ausência de causa secundária que justifique o achado.
● ≥ 13-14 mm no VE E familiar com CMH ou teste genético positivo.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de CMH.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.
● Pacientes com formas atípicas de apresentação clínica com suspeita de fenocópia.

Rendimento do teste genético é 60%

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

MYH7 ACTC1
MYBPC3 TNNT2
TNNI3 CSRP3
TPM1 TNNC1
MYL2 JPH2
MYL3

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar possíveis fenocópias que podem ter tratamento específico como terapia de reposição enzimática na Doença de Fabry, ou necessitar de um seguimento clínico individualizado como na Doença de Danon, ou sinalizar maior gravidade e risco de arritmias e bloqueios atrioventriculares como na Síndrome de PRKG2.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Ommen SR, et al. 2020. Circulation. 2020;142:e558–e631.
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org

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Cardiomiopatia Dilatada (CMD)

CMD é uma cardiopatia hereditária caracterizada pela dilatação do ventrículo esquerdo
ou biventricular com consequente disfunção sistólica na ausência de alterações de
sobrecarga (HAS, valvopatias) ou doença coronariana.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

Todos os critérios são obrigatórios:
● Dilatação das câmaras cardíacas: Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) e Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) com DDVE ≥ 58mm em homens e ≥ 52mm em mulheres.
● Disfunção ventricular: FEVE < 45% OU fração de encurtamento < 25%.
● Exclusão de outras causas: prova isquêmica negativa (se >40 anos), sorologia chagas negativa, ausência de valvopatias importantes (exceto insuficiência mitral secundária) E ausência de outras causas prováveis (etilismo).

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de CMD e um dos demais:
 ○ História familiar de CMD ou de Morte Súbita Cardíaca (MSC).
 ○ Características clínicas sugestivas de doença genética como: doença do sistema de condução (BAV, DNS) em idade precoce, elevação de CPK, arritmias ventriculares (TVS, FV).
 ○ CMD em < 60 anos mesmo sem história familiar e excluídas causas secundárias.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético probando.

Rendimento do teste genético é 20-50% (dependente do contexto familiar)

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

BAG3 SCN5A JPH2
DES TNNC1 NEXN
FLNC TNNT2 TNNI3
LMNA TTN TPM1
MYH7 DSP VCL
PLN ACTC1
RBM20 ACTN2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar possíveis genótipos com implicações prognósticas, por exemplo LMNA, FLNC, DES, PLN e RBM20; ou que possam modificar o manejo clínico, como avaliação especializada para doenças neuromusculares, doenças mitocondriais e síndromes congênitas.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Peters S, et al. 2019. doi: 10.1016/j.hlc.2019.11.018.
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Marcondes-Braga FG, et al. 2021. Arq Bras Cardiol. 116(6):1174-1212.

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Cardiomiopatia Arritmogênica (CMA)

CMA é caracterizada por substituição fibrogordurosa progressiva com consequentes
alterações regionais e globais nos ventrículos e alta carga de arritmias ventriculares.
CARDIOMIOPATIA ARRITMOGÊNICA (CMA). Pode levar aos seguintes fenótipos: forma dominante direita (clássica CAVD – de Ventrículo Direito), forma biventricular e forma dominante esquerda.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

Todos os critérios são obrigatórios:
● Dilatação das câmaras cardíacas: Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) e Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) com DDVE ≥ 58mm em homens e ≥ 52mm em mulheres.
● Disfunção ventricular: FEVE < 45% OU fração de encurtamento < 25%.
● Exclusão de outras causas: prova isquêmica negativa (se >40 anos), sorologia chagas negativa, ausência de valvopatias importantes (exceto insuficiência mitral secundária) E ausência de outras causas prováveis (etilismo).

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de CMA

Rendimento do teste genético é 50-60%

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

PKP2 PLN
DSG2 FLNC
DSC2 DES
DSP LMNA
JUP CDH2
TMEM43 RYR2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar possíveis genótipos com implicações prognósticas e terapêuticas, por exemplo FLNC, DSP, LMNA, DES, TMEM43 e PLN.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Marcus FI, et al. 2010. doi: 10.1093/eurheartj/ehq025
3. Corrado D, et al. 2020. doi: 10.1016/j.ijcard.2020.06.005
4. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
5. Marcondes-Braga FG, et al. 2021. Arq Bras Cardiol. 116(6):1174-1212.
6. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Cardiomiopatia Não-Compactada (CMNC)

Cardiomiopatia não-compactada apresenta-se com aumento das trabeculações
ventriculares podendo estar relacionada à disfunção ventricular, ou ocorrer associadas
à outras síndromes clínicas como doença neuromuscular, distúrbios de condução
ventricular, CMD e CMH.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Ressonância magnética cardíaca (RMC) com proporção miocárdio não-compactado / compactado > 2,3 na diástole.
● Exclusão: atletas, gravidez, achado incidental de não-compactação sem contexto clínico.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de CMNC (baseado em história clínica, exame físico, ECG, ECOTT/RMC) e um dos demais:
 ○ História familiar de cardiopatia
 ○ Disfunção sistólica
 ○ Doenças do sistema de condução
 ○ Alterações sindrômicas (miopatias, doenças neuromusculares, Holt-Oram, Síndrome de Barth)
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.

Rendimento do teste genético é 17-40% (dependente do contexto familiar)

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

MYH7 LDB3
MYBPC3 TBX5
TTN NKX2-5
ACTC1 HCN4
RYR2 TAZ
PRDM16

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
●O achado de não-compactação em exame de imagem isoladamente, sem outros critérios clínicos, tem baixo rendimento genético e correlação genótipo-fenótipo incerta.
● Há descrição de maior gravidade em variantes relacionadas à MYH7.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2.Petersen SE, et al. 2005. doi: 10.1016/j.jacc.2005.03.045
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Marcondes-Braga FG, et al. 2021. Arq Bras Cardiol. 116(6):1174-1212.

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Cardiomiopatia Restritiva (CMR)

Cardiomiopatia Restritiva é definida por enchimento ventricular esquerdo (VE)
prejudicado com consequente redução do volume diastólico, e espessura ventricular e
fração de ejeção normais ou próximas do normal. Pode ter causas não-genéticas (Síndrome Carcinoide, Cardiotoxicidade) e genéticas (Amiloidose, Doença de Fabry, Miopatia miofibrilar).

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Enchimento ventricular prejudicado com padrão restritivo pelo Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) e Ressonância Magnética Cardíaca (RMC). Ausência de dilatação ventricular – ECOTT ou RMC.
● Ausência de hipertrofia – ECOTT ou RMC.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de CMR.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.
● Pacientes com formas atípicas de apresentação clínica
com suspeita de fenocópia, como em doenças de depósito (Fabry) ou infiltrativas (Amiloidose).

Rendimento do teste genético é 20-60% (dependente do contexto familiar)

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

MYH7 TTR
TTN FLNC
ACTC1 GLA
TNNI3 TNNT2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
●Detectar possíveis fenocópias que podem ter tratamento específico como, por exemplo, terapia de reposição enzimática na Doença de Fabry, inibidor da síntese hepática ou estabilizador do tetrâmero de TTR na Amiloidose TTR.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2.Kushwaha SS, Fallon JT, Fuster V. 1997. doi: 10.1056/ NEJM199701233360407
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Marcondes-Braga FG, et al. 2021. Arq Bras Cardiol. 116(6):1174-1212.

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Cardiomipatias Congênitas (CC)

As cardiopatias congênitas (CC) são anomalias congênitas de espectro variável e na
maioria das vezes ocorrem de forma isolada em um indivíduo sem outras manifestações
extracardíacas (CC não sindrômicas). Por outro lado, as CC podem ser sindrômicas
quando associadas a manifestações extracardíacas (dismorfismos craniofaciais e
alterações de membros, de crescimento, de desenvolvimento, neurológicas e
genitourinárias). As principais causas genéticas de CC incluem aneuploidias, CNVs (alterações de números de cópias) e condições monogênicas, principalmente quando se trata de CC complexas ou sindrômicas.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE PACIENTE

● Indivíduos com CC sindrômicas.
● Indivíduos com CC isoladas e história familiar positiva.
● Indivíduos com CC isoladas que apresentem diagnóstico de:
 ○ CC complexas
 ○ Anomalias conotruncais (ex: tetralogia de Fallot, truncus arteriosus, interrupção de arco aórtico tipo B, transposição de grandes artérias, dupla via de saída de VD, dupla via de saída de VE)
 ○ Defeitos de lateralidade/heterotaxia (ex: situs inversus, dextrocardia, isomerismo).
● Critérios de exclusão: indivíduos que já tenham sido diagnosticados através de cariótipo ou que apresentem suspeita de aneuploidia.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● A escolha do método a ser realizado demanda AVALIAÇÃO CLÍNICA com Médico Geneticista.
● Diferentes metodologias de testes podem ser utilizadasde acordo com a suspeita clínica.
● É importante avaliar se há história familiar de cardiopatia e também se houve exposição a teratógenos, diabetes materno e infecções maternas durante o período pré-natal que poderiam causar CC.

Rendimento do teste genético é <50% (variável conforme tipo de exame e doença)

PRINCIPAIS CC E ETIOLOGIA GENÉTICA

Aneuploidias:
Trissomia do 13 (Sd Patau) Trissomia do 18 (Sd Edwards) Trissomia do 21 (Sd Down) Monossomia do X (Sd Turner)

CNVs:
Microdeleção 22q11.2 (Sd DiGeorge) Microdeleção 7q11.23 (Sd Williams) Sd Cat eye Deleção 1p36

Monogênicas:
Sd Adams-Oliver (ARHGAP31, DLL4 , NOTCH1, RBPJ, DOCK6, EOGT)
Defeito do Septo Atrial (GATA4, NKX2.5, TBX5)
Defeito do Septo Atrioventricular (CRELD1, NR2F2)
Estenose Aórtica Supravalvar (ELN)
Estenose Aórtica Valvar (NOTCH1, TAB2)
Tetralogia de Fallot (NOTCH1, FLT4, TFAP2B)
Rasopatias (Sd Noonan, Cardio-facio- cutâneo, NF1)
Sd CHARGE (CHD7, SEMA3E?)
Sd Alagille (JAC1, NOTCH2)
Sd Holt-Oram (TBX5)
Sd Kabuki (KMT2D, KDM6A)
Sd Ivemark (GDF1)
Heterotaxia (ACVR2B, CFC1, NODAL, CCDC11, CFAP53, PKD1L1, ZIC3)
Sd de Smith-Lemni-Opitz (DHCR7)

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando permitindo manejo clínico específico e aconselhamento genético.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Morton SU, et al. Nat Rev Cardiol. 2022. doi: 10.1038/s41569-021-00587-4
3. Oxford Desk Reference: Clinical Genetics and Genomics. Cap2: Congenital Heart Disease.
4. Saliba A, et al. 2020. J Pediatr (Rio J). 96:279-88.

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Fibrilação Atrial Isolada (FA)

Fibrilação Atrial é a arritmia sustentada mais comum na prática clínica e está associada
às principais comorbidades cardiovasculares, como: idade, obesidade, HAS, Diabetes,
Dislipidemia, Tabagismo, Etilismo e outras. A Fibrilação Atrial, quando isolada, pode estar
associada à herança genética primária, às canalopatias, como na SBr1 (Síndrome de Brugada) e SQTC (síndrome de QT curto), pode ser uma forma incipiente de miocardiopatia hereditária, como na LMNA (laminopatia) ou pode estar associada à Doença do Sistema de Condução.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Diagnóstico clínico de fibrilação atrial isolada: presença de FA em paciente sem cardiopatia estrutural, sem comorbidades e idade < 60 anos.
● Exclusão: hipertireoidismo, uso de drogas (álcool, tabagismo, drogas ilícitas).

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de FA isolada, associada a:
 ○ história familiar de FA em familiar de 1° grau.
 ○ implante de marca-passo / CDI por doença do sistema de condução e/ou morte súbita cardíaca abortada.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

SCN5A TTN
KCNQ1 KCNA5
KCNH2 GJC1
TBX5 NPPA
GJA5 LMNA
MYL4

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
●Detectar possíveis variantes que podem ter tratamento específico como, por exemplo na LMNA..

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2.Gerhard Hindricks, et al. 2021. European Heart Journal, 42(5):373.
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
5. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Síndrome de Brugada (SBR)

A síndrome de Brugada é uma canalopatia hereditária caracterizado por
supradesnivelamento do segmento ST com morfologia de Brugada tipo 1 (SBr1) nas
derivações precordiais direitas e predisposição à arritmias ventriculares malignas,
podendo estar associado à doença de condução e arritmias atriais. A SBr1 é responsável por cerca de 20% das mortes súbitas inexplicáveis.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Supra ST com morfologia de SBr1 de amplitude ≥ 2 mm em pelo menos 1 derivação direita, V1 ou V2 em posição padrão ou em derivações superiores (colocadas no 2o , 3o ou 4o espaços intercostais), sendo espontâneo ou induzido.
● Exclusão: causas secundárias de alteração de ST: isquemia miocárdica, distúrbios eletrolíticos, intoxicações por drogas ou uso de medicação com efeito bloqueador de canal de sódio.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de Brugada tipo 1 - ECG com padrão de SBr tipo I em derivações precordiais padrão ou derivações superiores, podendo ser espontâneo ou induzido.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.

Rendimento do teste genético é 20%

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

SCN5A SCN3B
CACNA1C SCN10A
CACNB2 KCNE3
CACNA2D1 KCNJ8
SCN1B KCND3
SCNB2 KCNE3

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar pacientes com variantes patogênicas associadas a doença de sistema de condução visto que esses pacientes necessitam seguimento clínico individualizado. Variantes raras, como SCN5A E1784K, podem ter fenótipo misto de síndrome de QT longo tipo 3, doença de sistema de consução e SBr1 e apresentam maior potencial de gravidade.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
3. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
4. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Síndrome do QT Longo (SQTL)

A SQTL congênita é uma canalopatia geneticamente determinada, caracterizada pelo
prolongamento do intervalo QT, na ausência de causas secundárias, geralmente
associado a anormalidades na morfologia da onda T.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Score de Schwartz ≥ 3,5.
● Presença de mutação patogênica em genes associados à SQTL. QT corrigido (QTc) ≥ 480 ms em ECGs repetidos.
● QTc 460-479 associado a síncope inexplicada.
 ○ Excluir causas secundárias de prolongamento do QT como hipocalemia, hipomagnesemia, uso de medicações que prolongam a repolarização, como alguns antibióticos, antieméticos, etc.

Para maiores informações consulte:
www.crediblemeds.org

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de SQTL.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.

Rendimento do teste genético é 70%

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

KCNQ1 KCNJ5
KCNH2 CACNA1C
SCN5A AKAP9
CALM1 TRDN
CALM2 CAV3
CALM3 ANK2
KCNJ2 SCN4B
KCNE1

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Identificar pacientes de alto risco arrítmico, de acordo com a variante patogênica encontrada em conjunto com a duração do QTc.
● Estabelecer tratamento gene-guiado: na SQTL1 (gene KCNQ1), por exemplo, o uso de beta bloqueador de ação central é altamente eficaz e simpatectomia pode ser benéfica, enquanto na SQTL3 (gene SCN5A) a medicação mais eficaz é a mexiletina.
● Identitificar variantes raras, como SCN5A E1784K, com fenótipo misto de síndrome de QT longo tipo 3, doença de sistema de condução e SBr1.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Schwartz PJ, Crotti L, Insolia R. 2012. doi: 10.1161/ CIRCEP.111.962019
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
5. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Síndrome do QT Curto (SQTC)

A SQTC é uma canalopatia muito rara, caracterizada por um intervalo QT curto no ECG
basal e predisposição à fibrilação atrial e ventricular.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● QT corrigido (QTc) < 330–340 ms.
OU
● QTc entre 340-360 ms associados a um abaixo:
 ○ variante patogênica em gene associado a SQTC, história familiar de SQTC, Morte Súbita Cardíaca (MSC) abaixo de 40 anos ou sobrevida após um episódio de TV/FV na ausência de doença cardíaca.
 ○ QTC Score ≥ 4
 ○ Excluir causas secundárias de encurtamento do QT como hipercalemia, hipercalcemia, isquemia aguda, uso de drogas ou medicações que possam encurtar a repolarização.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de SQTC.
● História familiar de síncope inexplicada ou MSC.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.

Rendimento do teste genético é 5-10%

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

KCNH2 KCNJ2
KCNQ1 SLC4A3

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
3. Gollob MH, Redpath CJ, Roberts JD. 2011. J Am Coll Cardiol, 57:802–12.
4. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
5. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Doença do Sistema de Condução

Doença do Sistema de Condução é uma condição em que ocorre uma disfunção
progressiva do sistema de condução elétrica, heterogênea, idade-dependente,
caracterizada por disfunção na formação ou propagação do impulso elétrico no nodo
sinusal, nodo átrioventricular e fibras de Purkinje.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Disfunção do sistema de condução elétrica com
início de apresentação clínica em idade relativamente jovem e sem causa evidente.
● Excluir: cardiopatia estrutural, doença de Chagas, degeneração fibrótica, isquemia, doenças infiltrativas, valvopatias, tumores ou disfunção tireoidiana. Excluir uso de medicações cronotrópicas negativas, como beta bloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio e antiarrítmicos.

O ECG pode demonstrar bradicardia sinusal, pausas sinusais, bloqueio sinoatrial, bloqueios atrioventriculares de variados graus e bloqueios de ramo até bloqueio atrioventricular total.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de doença do sistema de condução sem causa aparente.
● Familiar de primeiro grau, após estudo genético do probando.

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

LMNA PRKAG2
DES TNNI3K
DMD NKX2-5
DMPK TBX5
EMD MYL4
LAMP2 SCN5A
GLA TRPM4
ZNF9

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar pacientes com variantes patogênicas associadas a risco de desenvolver cardiopatias, como em LMNA e TNNI3K, ou risco de desenvolver Síndrome de Brugada, como em variantes em SCN5A, para realizar orientações direcionadas específicas.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
3. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
4. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Morte Súbita Cardíaca (MSC)

A morte cardíaca súbita é a morte por causa cardíaca dentro de um curto período de tempo, geralmente 1 hora após o início dos sintomas, em uma pessoa sem qualquer condição prévia. Pode decorrer de causas adquiridas ou genéticas.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com PCR recuperada documentada, se a morte súbita for provavelmente associada a uma doença cardíaca genética ou se tiver causa inexplicada mesmo após avaliação clínica e toxicológica.
● História familiar de MSC em parentes de primeiro grau, se a morte súbita for provavelmente associada a uma doença cardíaca genética ou se tiver causa inexplicada mesmo após autópsia.

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

KCNQ1 SCN5A
KCNH2 RYR2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar possíveis etiologias e definir tratamento e seguimento específico, como por exemplo o implante de um CDI.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2. Isbister, J. and Semsarian, C. 2019. doi: 10.1111/imj.14359
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Myerburg RJ, Interian A Jr, Mitrani RM, Kessler KM, Castellanos A. 1997. doi: 10.1016/s0002-9149(97)00477-3.
5. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
6. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Taquicardia Ventricular Polimórfica Catecolaminérgica (TVPC)

É uma arritmia hereditária incomum caracterizada por polimorfismos ventriculares
associados à taquicardia, mediada adrenergicamente (ocorrem durante o exercício ou
estresse emocional).

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Probando < 40 anos:
 ○ coração estruturalmente normal + ECG normal + TV bidirecional ou
 ○ EEVV polimórficas ou
 ○ TV polimórfica induzida por exercício ou catecolaminas
● Presença de mutação patogênica

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando que satisfaça os critérios diagnósticos para
TVPC ou pontuação no score TVPC > 3,5.

Rendimento do teste genético é 15-60% (dependendo do contexto familiar)

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

RYR2 TRDN
CASQ2 TECRL
CALM1-3 KCNJ2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Detectar possíveis fenocópias, como por exemplo, Síndrome do QT longo tipo 7.
● Detectar variantes que representam maior gravidade, particularmente o gene RYR2.

Referências

1. Wilde AAM, et al. 2022. doi: 10.1016/j.hrthm.2022.03.1225
2.Priori, S.G. et al. 2013. Heart Rhythm 10, 1932-1963.
3. Clinical Genome Resource https://clinicalgenome.org.
4. Giudicessi JR, Lieve KVV, Rohatgi RK, Koca F, Tester DJ, van der Werf C et al. 2019. Circ Genom Precis Med.
5. Magalhães LP, et al. 2016. Arq Bras Cardiol; 107(1Supl.3):1-58.
6. SOBRAC - Hachul DT, et al. 1a ed. São Paulo: Atheneu, 2020.

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Síndrome de Ehlers-Danlos Vascular (SEDV)

Caracterizada por fragilidade arterial, intestinal e/ou uterina, pele fina e translúcida, dismorfismos faciais, aspecto progeroide das extremidades. Os sinais mais comuns são ruptura ou dissecção vascular e perfuração gastrointestinal.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Variante patogênica em heterozigose no gene COL3A1.
● Se análise molecular não for conclusiva, anormalidades na síntese e mobilidade das cadeias de colágeno tipo III em fibroblastos.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● A SEDv deve ser suspeitada na presença de um dos critérios maiores ou vários critérios menores:
 ○ Critérios maiores: Aneurismas/dissecções/rupturas arteriais, ruptura intestinal, ruptura uterina durante gestação, história familial positiva para SEDv.
 ○ Critérios menores: pele fina/translúcida, dismofismos faciais típicos, acrogeria, fístula carótido-cavernosa, hipermobilidade de pequenas articulações, ruptura de tendões/músculos, varizes precoces, hemo/ pneumotórax, fragilidade cutânea, luxações/subluxações articulares crônicas, luxação congênita dos quadris, pés tortos.

Rendimento do teste genético é >95%

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

COL3A1

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando, permitindo manejo clínico específico e prevenção de complicações (relacionadas a traumas, procedimentos invasivos eletivos e gestação).
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.

Referências

1. Byers PH. Vascular Ehlers-Danlos Syndrome. 1999. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/ NBK1494/
2.Drera B, Zoppi N, Ritelli M, Tadini G, et al. 2011. doi: 10.1016/j.jdermsci.2011.09.002
3. Coelho SG e Almeida AG. 2016. Rev Port Cardiol; 39(4):215-226.

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Síndrome de Loeys-Dietz (SLD)

A SLD é um importante diagnóstico diferencial de síndrome de Marfan. Pode cursar com alterações vasculares, esqueléticas, dismorfismos craniofaciais, alterações de pele e quadros de inflamação e atopia. Há variabilidade de gravidade tanto inter quanto intrafamilial.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Variante patogênica em heterozigose em um dos genes associados à SLD, E
● 1. Dilatação de raiz aórtica (z ≥2.0) ou
● 2. Dissecção tipo A ou
● 3. Achados sistêmicos:
 ○ Vasculares: tortuosidades arteriais (principalmente cranio- cervicais), aneurismas e dissecções.
 ○ Dismorfismos craniofaciais: hipertelorismo ocular, estrabismo, úvula bífida, fenda palatina, craniossinostose.
 ○ Esqueléticos: pectus excavatum ou carinatum, escoliose, hipermobilidade articular, aracnodactilia, pé torto, alterações cervicais.
 ○ Dermatológicas: pele aveludada, translucente, fragilidade capilar, cicatrizes distróficas.
 ○ Alergo-Imunológicas: alergias alimentares, alergias sazonais, asma, eczema, esofagite eosinofílica, doença inflamatória intestinal.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo de SLD (baseado em história
clínica, exame físico, exames)
Obs.: Indivíduos com SLD podem ter escore sistêmico para síndrome de Marfan ≥7 pontos

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

TGFBR2 TGFB2
TGFBR1 SMAD3
TGFB3 SMAD2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando, permitindo manejo clínico específico.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Diferenciar de outras síndromes genéticas com sobreposição clínica como síndromes de Marfan, Shprintzen-Goldberg, Ehlers-Danlos, síndrome das artérias tortuosas, que podem ter outros padrões de herança modificando o aconselhamento genético.

Referências

1. Loeys BL, Dietz HC. Loeys-Dietz Syndrome. 2008. www.ncbi.nlm.nih.gov/books/ NBK1133/ 2. H. Nejadhamzeeigilani, T. Buende Tchokouako, et al. 2017. doi: doi.org/10.1594/ecr2017/C-2415.
3. Coelho SG e Almeida AG. 2016. Rev Port Cardiol; 39(4):215-226.
4. Graffunder FP, et al.2017. Int J Cardiovasc Sci; 30(2).

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Síndrome de Marfan (SM)

Doença sistêmica do tecido conjuntivo que apresenta expressividade variável e penetrância alta. O sistema cardiovascular, esquelético e olhos são os principais afetados. Os pacientes geralmente apresentam hábito marfanoide com dolicostenomelia (índice envergadura/estatura >1,05), e aspecto longilíneo.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

Na ausência de história familiar:
● Dilatação da raiz da aorta (Z-score ≥2) E ectopia lentis.
● Dilatação da raiz da aorta (Z-score ≥2) E Escore Sistêmico ≥ 7 pontos Escore Sistêmico de Marfan
● Presença de variante patogênica em heterozigose no gene FBN1 já descrita em SM, associada a ectopia lentis ou dilatação da aorta.
Obs.: as manifestações da SM podem surgir na vida adulta, logo, indivíduos com menos de 20 anos que não preenchem critérios clínicos devem ser reavaliados posteriormente.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Indivíduos com um dos seguintes achados e/ou história familiar compatível com herança autossômica dominante:
 ○ Dilatação da raiz da aorta (Z-score ≥2 para idade e peso).
 ○ Ectopia lentis (subluxação do cristalino), vista em exame oftalmológico com lâmpada de fenda após dilatação da pupila.
 ○ Escore sistêmico ≥7 pontos.

Rendimento do teste genético > 90% (em indivíduos com fenótipo de SM clássica)

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

FBN1

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando, permitindo manejo clínico específico.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Diferenciar de outras síndromes genéticas que podem levar a um escore positivo (≥7) como síndromes de Loeys-Dietz, Shprintzen-Goldberg, Ehlers-Danlos e homocistinúria.

Referências

1. Dietz H. FBN1-Related Marfan Syndrome. 2001 www.ncbi.nlm.nih.gov/books/ NBK1355/ 2. The Marfan Foundation website https://marfan.org/dx/score/
3. Loeys BL, Dietz HC, et Al. 2010. doi: 10.1136/jmg.2009.072785
4. Coelho SG e Almeida AG. 2016. Rev Port Cardiol; 39(4):215-226.
5. Graffunder FP, et al.2017. Int J Cardiovasc Sci; 30(2).

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Aneurisma e Dissecção de Aorta Torácica (AAT e DAT)

AAT representa dilatação da aorta torácica com aumento de pelo menos 50% do seu diâmetro. DAT é uma lesão na parede da aorta torácica com separação entre as camadas íntima e média e consequente formação de uma luz falsa.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● AAT: aumento de 50% de diâmetro da aorta em relação ao esperado em exame de imagem.
● DAT: presença de flap separando falsa luz da luz verdadeira em exame de imagem.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com AAT OU DAT (atual ou prévio) E
● Características fenotípicas sindrômicas OU história familiar positiva para doença de aorta torácica OU idade < 56 anos  

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

TGFB2 TGFBR2
MYH11 TGFBR1
SMAD3 PRKG1
FBN1 MYLK
ACTA2 LOX

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando.
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença.
● Diferenciar de outras síndromes genéticas que podem levar a um escore positivo (≥7) como síndromes de Loeys-Dietz, Shprintzen-Goldberg, Ehlers-Danlos e homocistinúria. Detectar possíveis variantes que influenciarão pior prognóstico ou indicação cirúrgica precoce.

Referências

1.2014 ESC Guidelines on the diagnosis and treatment of aortic. doi: 10.1093/eurheartj/ehu281
2. Pinard A, Jones GT, Milewicz DM. 2019. doi: 10.1161/circresaha.118.312436
3. Clinical Genome Ressource https://clinicalgenome.org
4. Saeyeldin, A.A., et al. 2019. Gen Thorac Cardiovasc Surg 67, 1–11.
5. Nienaber, C., Clough, R. et al. 2016. doi: 10.1038/nrdp.2016.53.
6. Coelho SG e Almeida AG. 2016. Rev Port Cardiol; 39(4):215-226.
7. Graffunder FP, et al.2017. Int J Cardiovasc Sci; 30(2).

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Hipercolesterolemia Familiar (HC)

Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma causa genética de elevação do LDL-c e consequente aumento no risco de doença coronariana prematura, especialmente de infarto do miocárdio, devido à exposição prolongada a concentrações elevadas dessa lipoproteína ao longo da vida.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● No Brasil o critério diagnóstico mais utilizado é o Dutch MEDPED, que segue uma escala de pontuação:
 ○ > 8 pontos: Definitivo
 ○ > 6 a 8 pontos: Provável
 ○ > 3 a 5 pontos: Possível

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando (caso índice) com suspeita clínica de HF, descartadas causas secundárias (exemplo: hipotireoidismo descontrolado, síndrome nefrótica, doença colestática, uso de medicações que aumentam colesterol, etc) e níveis de colesterol sem tratamento prévio correspondentes a:
 ○ Adultos com LDL > 230 mg/dL5 ou
 ○ Adultos com LDL > 210 mg/dL com histórico familiar ou pessoal de DAC precoce ou
 ○ Adultos com LDL>210mg/dL com histórico familiar de hipercolesterolemia (familiar de primeiro grau com LDL>190mg/dL)
 ○ Crianças com idade <18 anos e LDL> 160mg/dL

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

LDLR PCSK9
APOB LDLRAP1

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando (caso índice).
● Os riscos de detecção de variante genética patogênica para parentes e as implicações para o planejamento familiar diferem entre esses cenários.

Referências

1.Schmidt EB, et al. 2020. doi: 10.1136/heartjnl-2019-316276
2. Izar MCO, Giraldez VZR, et al. 2021. Arq. Bras. Cardiol. 2021. 117: 782-844.
3. Mach F, et al. 2019. doi: 10.1093/eurheartj/ehz455
4. Clinical Genome Ressource https://clinicalgenome.org
5. Silva PRS et al. 2017. 263:257-262

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Sitosterolemia (ST)

A sitosterolemia é uma doença rara, autossômica recessiva. É caracterizada por níveis séricos elevados de esteróis vegetais especialmente sitosterol, campesterol e estigmasterol. O quadro clínico inclui a apresentação de xantomas, xantelasmas, alterações hematológicas e doença
cardiovascular aterosclerótica (DAC) precoce. A dieta rica em vegetais influencia diretamente como um agravante para a doença. O tratamento com estatinas é insuficiente e apresenta uma resposta melhor ao uso de ezetimiba.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Xantomas: depósitos de gordura que podem estar localizados em regiões como calcanhares, joelhos, cotovelos, mãos, entre outros.
● Xantelasmas: depósito de gordura na região das pálpebras.
● Alterações hematológicas: plaquetopenia, anemia e presença de estomatócitos.
● DAC precoce (homens < 55 anos e mulheres < 60 anos). Resposta adequada ao tratamento com ezetimibe.
● Níveis de beta-sitosterol ≥ 15μg/mL.

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Faz parte do diagnóstico diferencial da hipercolesterolemia familiar (HF), logo, é indicado para indivíduos com fenótipo de HF com alterações hematológicas (principalmente plaquetopenia) ou resposta adequada ao tratamento com ezetimiba.

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

ABCG5 ABCG8

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando (caso índice).
● Rastreamento familiar para averiguação de novos afetados e aconselhamento familiar.
● Melhor orientação para tratamento da doença, como dieta e uso de hipolipemiantes adequados.
● Identificação precoce da doença evitando eventos como DAC prematura.

Referências

1. Buonuomo PS, Iughetti L, et al. 2017. 262:71–77.
2. Escolà-Gil JC, Quesada H, et al. 2014. Curr Atheroscler Rep. 16.
3. Myrie S, Roullet J-B, Sitosterolemia Foundation. Sitosterolemia [Internet ]. Nation Organ. Rare Disord. 2019;1–8.
4. Clinical Genome Ressource https://clinicalgenome.org

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Rasopatias (RAS)

As RASopatias são um grupo de síndromes genéticas causadas por alterações germinativas em genes que codificam componentes de reguladores da via RAS/MAPK.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

● Dismorfismos típicos: hipertelorismo ocular, ptose palpebral, fendas palpebrais oblíquas para baixo, pescoço curto e/ou alado, alteração de pectus (em S, carinatum ou excavatum), hipertelorismo mamilar, criptorquidia.
● Baixa estatura
● Cardiopatia congênita, mais comumente estenose valvar pulmonar, comunicação interatrial (CIA) e/ou miocardiopatia hipertrófica.
● Atraso do desenvolvimento de grau variável
● Displasia linfática dos pulmões, intestinos e/ou membros inferiores
● Problemas de coagulação
● História familiar sugestiva
● Para NF1: manchas café-com-leite, efélides axilares /inguinais, neurofibromas, tumores.
● Para síndrome de Legius: manchas café-com-leite, efélides axilares / inguinais

INDICAÇÃO DO ESTUDO GENÉTICO

● Probando com fenótipo sugestivo de síndrome de
Noonan e síndromes correlatas (RASopatias).

Rendimento do teste genético é ~70% (depende do tipo de coorte analisada)

PRINCIPAIS GENES RELACIONADOS

BRAF SOS1
KRAS SOS2
MAP2K1 LZTR1
MRAS MAPK1
NRAS HRAS
PTPN11 SHOC2
RAF1 PPP1CB
RASA2 NF1
RIT1 SPRED1
RRAS2

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DO TESTE GENÉTICO

● Confirmar um diagnóstico no probando (caso índice).
● Rastrear e aconselhar familiares para diagnóstico precoce da doença. Orientar manejo adequado.

Referências

1. Roberts AE. Noonan Syndrome. 2001 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/ NBK1124/?report=classic
2. Digilio, M. & Lepri, Francesca & Dentici, et al. 2011. doi: 10.1159/000331266
3. https://omim.org/entry/163950
4. Malaquias AC, et al. Arq Bras Endocrinol Metab 2008; 52(5)
5. Sousa VC, et al. J Port Soc Dermat 2017; 75(1):9-18.

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